quinta-feira, 12 de abril de 2012

Gaudério


O termo gaudério, assim como gaúcho, eram, na antiguidade, considerados infames, apesar de hoje serem atribuídos de certa nobreza. Em 1888 José Romaguera da Cunha Corrêa(1863/1910) definiu gaudério como “adj – gandulo, parasita; o que, não tendo ocupação, vive a custa de outrem aqui e ali”.
Além disso, um espanhol chamado Alonso Carrió de la Vandera, viajando durante um certo tempo no lombo de uma mula de Montevidéu a Lima,  escreveu em seu relatório (1775/1776) atribuído ao seu acompanhante Concolorcorvo (cor de corvo) a definição dos gaudérios, segundo seu ponto de vista. Sendo assim ele refere-se a eles como pessoas mal vestidas, portadores de uma “guitarrinha” a qual pouco sabem tocar e cantam musicas criadas por eles mesmo, geralmente sobre amores, caminham sem rumo. Quando roubados, roubam  de outros, o que acontece geralmente com seus cavalos e fazem isso com o uso de boleadeiras, e também as usam para diversão em campo junto de outros gaudérios. Quando com fome, eles mesmo matam e carneiam vacas e novilhos (Paulo Monteiro).
Porém, recentemente o termo gaudério foi descrito no Dicionário Gaúcho Brasileiro, escrito por Batista Bossle como “indivíduo que viaja muito, despreocupado, porém bem de vida e querido por todos; folgazão, divertido. Pessoa sem pousada certa, sem abrigo. Andarengo, andejo, índio-vago. Perdido , estraviado, solito”. 



Fonte: Revista Somando - edição 181 - Abril/2012

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