O termo gaudério, assim como
gaúcho, eram, na antiguidade, considerados infames, apesar de hoje serem
atribuídos de certa nobreza. Em 1888 José Romaguera da Cunha Corrêa(1863/1910)
definiu gaudério como “adj – gandulo, parasita; o que, não tendo ocupação, vive
a custa de outrem aqui e ali”.
Além disso, um espanhol chamado
Alonso Carrió de la Vandera, viajando durante um certo tempo no lombo de uma
mula de Montevidéu a Lima, escreveu em
seu relatório (1775/1776) atribuído ao seu acompanhante Concolorcorvo (cor de
corvo) a definição dos gaudérios, segundo seu ponto de vista. Sendo assim ele
refere-se a eles como pessoas mal vestidas, portadores de uma “guitarrinha” a
qual pouco sabem tocar e cantam musicas criadas por eles mesmo, geralmente
sobre amores, caminham sem rumo. Quando roubados, roubam de outros, o que acontece geralmente com seus
cavalos e fazem isso com o uso de boleadeiras, e também as usam para diversão
em campo junto de outros gaudérios. Quando com fome, eles mesmo matam e
carneiam vacas e novilhos (Paulo Monteiro).
Porém, recentemente o termo
gaudério foi descrito no Dicionário Gaúcho Brasileiro, escrito por Batista
Bossle como “indivíduo que viaja muito, despreocupado, porém bem de vida e
querido por todos; folgazão, divertido. Pessoa sem pousada certa, sem abrigo.
Andarengo, andejo, índio-vago. Perdido , estraviado, solito”.
Fonte: Revista Somando - edição 181 - Abril/2012